02-09-2007 01:22

Entrevista com a Senhora Isabel Maato

“Esses meninos são um doce”

Recebeu-nos no refeitório e à APERG disse que “realmente gosta muito destes meninos”. “Nós criamos um tipo de relação em que não é preciso gritar, não precisamos de entrar em conflito e as coisas funcionam muito bem.”

 

Quantos almoços são servidos na Escola?

Agora neste momento estamos à começar com 270 almoços. E são todos iguais, salvo algumas excepções dos meninos que têm alergias ou que não podem comer determinados alimentos ou porque não gostam. Normalmente para as alergias exigimos o papel do médico.

Como são as crianças que comem rápido e as mais lentas?

Como conhecemos as crianças já a conseguimos identificar. Aquelas que são mais lentas vamos pondo sempre alguém para as tentar acompanhar para que elas possam ser mais rápidas.

Qual a comida mais apreciada pelas crianças?

Eles comem muito melhor a carne do que o peixe. Mas no caso do peixe se for douradinhos, panadinhos, tudo que for assim eles comem. É o que eles mais gostam. Aqui até não podemos dizer que eles não comem de tudo porque até comem. No início do ano há sempre alguns dias que eles não reagem muito bem a sopa. Dizem que não gostam. Que têm dores de barriga. Mas depois entram dentro do ritmo e comem, porque já sabem que tem de comer a sopa toda. Mesmo os que são mais lentos vem com a tigelinha e mostram que comeram a sopa toda. Há um grupo de meninos que se puder fugir da fruta, fogem. Mas cada vez mais eles estão se a habituar à ideia de que têm de comer. A fruta que eles mais gostam é a laranja partida em quatro com a casca. Acham muita graça. E a banana eles também gostam muito. Os doces são servidos uma vez por semana. São as gelatinas e o arroz doce os preferidos.

Como gere a entrada dos alunos no refeitório?

Ao meio-dia entra a infantil. Ao meio-dia e meia-hora entram o primeiro grupo que geralmente passa pelo 1º e 2º ano. E depois quando estes estiverem despachados, entram o segundo grupo.

Quantos trabalhadores formam a equipa?

Aqui para esta Escola são no total treze pessoas.

Quebra-se muitos pratos ou copos?

Não. Apesar tudo acho que não.

Os alunos comem toda a comida?

Sim. Normalmente comem.

Já houve alguma intoxicação alimentar?

Graças a Deus não. 

Custa muito fazer a limpeza da cozinha?

Sinceramente, quando se entra no ritmo não é o que custa mais porque a equipa que está aqui a trabalhar sabe o que tem de fazer. E as coisas estão todas programadas. Então faz-se muito bem.

Como acha que será a aceitação e a importância do lanche?

Será excelente para os pais quanto à “despreocupação”. O lanche que vai ser servido é muito bom, é uma ementa como a do almoço, os meninos um dia vão ter leite branco normal com uma sandes, outro dia, vão ter leite com chocolate e sandes que não vai ser repetida. Uma de queijo, outra de chouriço. Uma doce, outra de manteiga. Vão ter iogurtes líquidos. Pacotinhos de bolacha. Vai ser variada e vai ser bom para eles. Sinceramente eu acho que é muito bom, porque os produtos que entram são de qualidade. Pelo preço que os pais vão pagar e pelo descanso que isso vai dar será uma mais valia.

Como é que os pais podem ajudar no horário da refeição?

Eu acho que não deve existir. Esta é a minha opinião porque nós sabemos como é que são os nossos filhos e que o comportamento muda com a nossa presença. E eles vão criando ao longo do ano uma relação com as pessoas que estão aqui à dar-lhes de comer e sabem até onde podem ir connosco. E a presença dos pais seria muito pior para os alunos.

Como analisa o espaço do refeitório?

É assim. Neste momento eu gostava de ter mais espaço para poder ter cá mais meninos. Porque eu compreendo que quando eles saem das aulas para almoçar, têm fome. E o facto de “eles estarem lá fora” a espera para mim não é justo. Por outro lado se calhar seria mais confuso, porque mais meninos metidos no refeitório todos ao mesmo tempo seria mais confuso. Se eu pudesse mudar este espaço, se calhar eu não iria ter as mesas assim tão juntas, de maneira a que eles estivessem mais à vontade. Porque no fundo se repararmos quando o refeitório está todo cheio, eles acabam por estar muito em cima um dos outros. O que por vezes faz com que destabilizem um pouco, porque estão muito próximos. Mas acho que a nível de refeitório aqui nesta escola as coisas estão muito bem organizadas.

 

Perfil

Isabel Maato é natural de Lisboa. Começou na profissão por ironia do destino e depois acabou por gostar. Na altura estava desempregada e precisava de fazer qualquer coisa porque tinha ficado viúva. Tem três filhos. Está há seis anos na profissão e aqui na escola é o terceiro ano lectivo. Actualmente é funcionária da Scolarest.

Depoimento recolhido por Pedro Santos Costa e Luis Justo Máximo - Jornal Nº03 Setembro 2007

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