02-05-2008 01:12

Entrevista com os Agentes da PSP: Anabela e Rito

Nossa missão é a segurança das crianças

Nossos polícias da PSP, do Programa Escola Segura, falaram com a APERG no refeitório da escola e alertaram aos pais que fomentem as crianças a lidarem mais com os agentes e a não terem medo de contactar os polícias. 

 

Como um Encarregado de Educação deve proceder numa necessidade de apresentação de uma denúncia?

Fazer uma comunicação aos agentes da Escola Segura ou então se dirigir a esquadra da área de sua residência para denunciar o facto. Qualquer esquadra tem capacidade de receber uma queixa, tanto da PSP como da GNR. 

Quais são os números das estatísticas de violência na nossa Escola?

As estatísticas da Ressano Garcia são nulas, não há ocorrências... Nós temos que nos centrar numa coisa, qualquer escola tem as suas coisinhas, por muito pequenas que sejam, tem as suas coisas. Em termos de ocorrência policial foram muito poucas, muito poucas. Tivemos algumas, uma, duas ou três no máximo, durante o ano inteiro, mas nada de situações graves, nada de significativo.

Quais são os tipos de ocorrências que existem? Furtos, injurias, ofensas, tentativa de agressão, difamação, vandalismo, falta de civismo...

São mais as provocatórias dos miúdos. Basicamente são as injúrias e talvez as difamações. O vandalismo as vezes, nem tanto, eles as vezes ao pintarem as paredes com spray, não sei... Já vivemos uma situação onde os miúdos provocavam os polícias, antes de haver aquela grelha, na Presidência do Conselho de Ministros.

Como é a interactividade das crianças com os polícias? Há rejeição, medo ou cumprimentos... 

É muito boa. Hoje em dia eles já nos conhecem bastante bem, têm um à vontade perfeitamente natural. Hoje os policias já não são um bicho papão. As crianças até gostam muito de falar.

E os Pais?

Também. Não temos tido nenhum problema com relação aos Pais, até costumam interagir muito bem. 

Quais são os comportamentos de risco? Os alunos andam sozinhos? Os Pais esquecem ou batem nos filhos?

Aqui nesta escola, os alunos que andam sozinhos são muito poucos e ainda não tivemos conhecimentos de situação de crianças esquecidas na Ressano Garcia, mas em outras escolas já temos tido, Pais que tem de ir buscar a criança, por exemplo as sete da tarde, e não vão, passam das sete e meia ou das oito, e a criança ainda está na escola.

As viaturas já estão equipadas com computadores ligados a internet?

(Risos) Não. Pelo menos a nossa viatura não está.

Qual é a frequência e o vosso horário de vigilância?

A escola é vigiada por quatro elementos da Escola Segura. Fazemos o horário das 7 às 14, e os outros dois, das 14 às 21 horas, de segunda a sexta. Nesta escola num modo geral, fazemos uma passagem, damos uma volta, espreitamos e vamos embora. Isto é óptimo. Aqui passamos sempre a tarde, por volta das cinco.   

Qual é o percurso de vigilância da área escolar?

Fazemos esta área toda dos Prazeres e Campo de Ourique, desde a Escola Manuel da Maia, a Escola Nº 6 e a Josefa d’Óbidos, passando pelo Jardim da Estrela, que é um local de passagem dos miúdos. Também, todas as escolas da Lapa que são por volta de umas 49 escolas, basicamente composta de colégios privados.

Após uma intervenção dos agentes numa denúncia, existe a aceitação por parte do infractor ou há muita resistência?

Tem funcionado muito pelo diálogo. Primeiro que tudo, quando temos conhecimento de alguma situação tentamos sempre dialogar com as pessoas, pelo menos nós, os agentes da Escola Segura. Quando as pessoas vão a uma esquadra vão logo para denunciar. Connosco aqui é um pouco diferente, falam e nós tentamos solucionar o problema através do diálogo. Isto não implica que não haja uma participação. Primeiro há o contacto e a maior parte das vezes nós conseguimos resolver as situações, não digo sempre, mas minimizar.

A resolução de um problema pode se estender por um longo prazo?

As pessoas tem de perceber que nós somos os intermediários da justiça, são as pessoas que tem de apresentar a queixa. Por exemplo: uma agressão a um professor é um crime público, ou seja, se nos é comunicado, a pessoa tem de ser identificada obrigatoriamente, porque é um crime público. Fazemos a participação e é levado logo para tribunal. O professor não precisa se queixar. 

Os automóveis largados de qualquer jeito em frente à escola nas entradas e saídas dos alunos, é uma pequena ou uma grande dor de cabeça?

É uma pequena dor de cabeça. As pessoas tem de perceber que aqui não há quase espaço nenhum mas, tem de vir cá buscar os filhos. Temos de ser um pouco condescendente. As polícias têm sido também condescendentes com esta situação. O que não somos condescendentes, é com os cintos de segurança, nem com a falta de cadeirinha, isto é diferente. Nossa missão é a segurança das crianças.

Numa frase como os Pais podem ajudar a Escola Segura no diagnóstico, na prevenção e na intervenção dos problemas de segurança?

Torna-se um bocado difícil dizer numa frase, mas acho que os Pais, em primeiro lugar, devem ter confiança nos agentes desta área. Tem que ter diálogo, vontade e coragem. E não pensar que os polícias fazem mal aos seus filhos. Hoje em dia o polícia é um amigo. Um polícia em geral é amigo de toda a gente. As pessoas têm de saber que um polícia é amigo das crianças, principalmente, os da escola segura, que é muito amigo dos miúdos e só quer o bem dos miúdos. Acreditar no desempenho dos polícias. Fomentar a criança a lidar mais com os agentes da escola segura e não ter medo de contactar os polícias. Dirigir-se a nós.

 

Perfil

A Agente Principal Anabela está há oito anos no Programa Escola Segura, sendo que, na Ressano Garcia está há apenas quatro anos. Após concorrer ao programa efectuou vários cursos de formação específicos na PSP. Já o Agente Principal Artur Rito está a dez anos no programa e sempre esteve locado no nosso agrupamento escolar.

Entrevista recolhida por Pedro Santos Costa – Jornal nº08 Maio 2008

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